Foto: Eduardo Oliveira/ Arquivo Pessoal
Seca provoca a morte de animais de pequenos pecuaristas em Serrinha
A seca que atinge a Bahia já é considerada a mais intensa dos últimos 47 anos e está provocando reflexos na produção agrícola e pecuária do estado. A falta de chuva e a escassez de água nos leitos de alguns rios provocou a perda de 25% do que foi plantado, de acordo com Rui Costa, secretário da Casa Civil e coordenador do Comitê Estadual para Ações Emergenciais de Combate à Seca. Ao todo, 220 cidades decretaram situação de emergência e 209 foram homologados pelo governo estadual, de acordo com o Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (2).
Segundo o Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia, a seca registrada no estado em 1965 tem características semelhantes ao atual período de 2012 (veja o mapa abaixo). "As manchas indicadas nos mapas mostra que estamos passando por uma situação semelhante da que foi registrada naquela época", disse Costa.
O coordenador do comitê participou de uma reunião com representantes de todas as secretaria de estado para discutir os últimos problemas provocados pela seca na Bahia. Ele afirmou que viaja nesta quinta-feira (3) para Brasília, onde se reúne na Casa Civil para pedir mais rapidez na liberação de verbas para combater a seca.
Em abril, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, anunciou que o governo federal vai disponibilizar R$ 2,723 bilhões para ações emergenciais de combate a seca e ajuda às populações atingidas pela estiagem no Nordeste e em Minas Gerais.
"Cerca de dois terços do estado, quase 63% do território baiano está no semi-árido. Nesta região é comum chover durante os meses de novembro a março. Mas tem cidades que não viram água da chuva desde março de 2011", disse Costa.
Reunião do Comitê Estadual para Ações Emergenciais de Combate à Seca realizada nesta quarta-feira (2) (Foto: Divulgação/Filipe Nobre/Casa Civil da Bahia)
Segundo o secretário, se choveu em alguma cidade neste período, o índice pluviométrico não foi suficiente "nem para baixar a poeira". Costa afirmou ainda que o ideal seria chover em torno de 40 milímetros a 80 milímetros de água para molhar os lençóis subterrâneos e os mais superficiais.
"Perdemos 100% da produção de milho e de feijão no estado. Há distribuidores que já estão buscando esses produtos no Tocantins. A produção de café ainda não temos a contabilização dos prejuízos, mas deve ser alta também", afirmou Costa.
Além de problemas na agricultura, os pecuaristas estão tendo prejuízos por causa do gado magro. "Muitos estão vendendo os animais para pecuaristas do Centro-Oeste a preços muito baixo e para serem pagos em um ano. Ou seja, os pecuaristas estão tendo de aceitar qualquer proposta de negócio com o gado magro sob o risco de não fecharem negócio e perderem todos os animais", disse o secretário da Casa Civil.
A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) informou que ações assistenciais estão sendo feitas com a Coordenação de Defesa Civil do estado. O objetivo é ajudar as famílias que foram prejudicadas pela seca com fornecimento de água em caminhões tanque, suprimentos e medicamentos.
"Recebemos mais de 130 mil cestas básicas para distribuir. Isso será feito com apoio de cada um dos municípios para que o material chegue efetivamente para quem precisa. Com relação ao fornecimento de água, isso terá de ser revisto por causa da qualidade da água. Temos poucos reservatórios com água em boa qualidade", disse Costa.
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