domingo, 21 de abril de 2013

Encontrados registros de índios torturados pela ditadura militar

Foi encontrado recentemente, no Museu do Índio, no Rio de Janeiro, o Relatório Figueiredo, que estava desaparecido há 45 anos. Com mais de 7 mil páginas preservadas e contendo 29 dos 30 tomos originais, o texto redigido pelo então procurador Jader de Figueiredo Correia traz denúncias de caçadas humanas promovidas com metralhadoras e dinamites atiradas de aviões, inoculações propositais de varíola em povoados isolados e doações de açúcar misturado a esctricnina.



Uma das fotos que fazem parte do Relatório Figueiredo/Reprodução Estado de Minas



Uma das versões sobre o desaparecimento do material era de que ele teria sido destruído em um incêndio no Ministério do Interior.

Em 1968, a comissão de inquérito administrativa produziu a documentação que ficou conhecida como Relatório Figueiredo, uma referência ao presidente da comissão, o ex-procurador Jader Figueiredo Correia. Convidado para a função pelo ex-ministro do Interior general Afonso Augusto Albuquerque Lima, Figueiredo esteve à frente do grupo que, por quase um ano, percorreu todo o país, em plena ditadura militar, para apurar as denúncias de crimes cometidos contras a população indígena.

As investigações começaram em 1967 e tiveram como base comissões parlamentares de inquérito de 1962 e 1963 e denúncias posteriores de deputados. No total, a expedição percorreu mais de 16 mil quilômetros, entrevistou dezenas de agentes do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e visitou mais de 130 aldeias. Jader de Figueiredo e sua equipe constataram diversos crimes, propuseram a investigação de muitos mais que lhes foram relatados pelos índios, se chocaram com a crueldade e bestialidade de agentes públicos. 

Em um dos diversos registros brutais de tortura, um instrumento era bastante utilizado nos postos do SPI, o chamado “tronco”, descrito da seguinte maneira: “Consistia na trituração dos tornozelos das vítimas, colocadas entre duas estacas enterradas juntas em um ângulo agudo. As extremidades, ligadas por roldanas, eram aproximadas lenta e continuamente”.

Documentos relatam massacres, torturas, invasões de terras e outras agressões ocorridas nos anos 1960
Comissão da Verdade

Agora, o relatório pode se tornar um trunfo para a Comissão da Verdade, que apura violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988. As informações foram publicadas no jornal Estado de Minas.

Naquela ocasião, em 1968, o país foi privado da possibilidade de fazer justiça nos anos seguintes. Em 13 de dezembro do mesmo ano o governo militar baixou o Ato Institucional nº 5, restringindo liberdades civis e tornando o regime autoritário mais rígido. Albuquerque Lima chegou a recomendar a demissão de 33 pessoas do SPI e a suspensão de 17, mas, posteriormente, muitas delas foram inocentadas pela Justiça. Funcionários que haviam participado do trabalho foram exonerados. Quem não foi demitido foi trocado de função, numa tentativa de esconder o acontecido.

Especialistas, como o vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo, Marcelo Zelic, acreditam que algumas dessas questões podiam ter sido esclarecidas há 44 anos, quando o então Ministério do Interior criou uma comissão de inquérito administrativa para apurar denúncias contra o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), órgão que antecedeu a Fundação Nacional do Índio (Funai), criada em 1967.
Documento dado como desaparecido durante mais de 40 anos retrata realidade da década de 1960
Pesquise mais em:

OCA e o "Dia do Índio"














A OCA foi escolhida para fazer parte do Conselho Municipal de Turismo, COMTUR - Uruçuca/Serra Grande

Nesta última 5ª feira (18/abril), atendendo ao chamado do edital de convocação lançado pela Prefeitura Municipal de Uruçuca, se reuniram no Box Estrutura de Arte e Gastronomia representantes das instituições da sociedade civil organizada, empresários, representantes do setor público e moradores da comunidade – interessados na formação do novo Conselho Municipal de Turismo, COMTUR.

Sob a condução do Secretário de Planejamento José Nazal Pacheco Soub, a reunião seguiu com o propósito de esclarecer as regras para a escolha dos membros do Conselho e, em seguida, foram identificadas as entidades presentes que desejavam ingressar como membros. Essas entidades foram separadas por segmentos – setor da sociedade civil organizada, setor produtivo e setor público – totalizando, atualmente, 9 cadeiras (3 de cada segmento), podendo chegar a 18 cadeiras, futuramente.

Vale esclarecer que somente “entidades representativas” podem compor esse Conselho. Desta maneira, depois de identificadas as entidades candidatas, através de consenso ou votação, os representantes presentes de cada segmento escolheram as entidades que passaram a compor o COMTUR. Com exceção do Setor Público, cujas entidades ainda serão indicadas pela Prefeita Fernanda, as cadeiras do Conselho ficaram assim definidas:

- Setor produtivo:

1) Escola de Parapente (com 1 representante titular e 1 suplente).
2) AHESG-Associação Hoteleira dos Empresários de Serra Grande (com 1 representante titular e 1 suplente).
3) CDL-Câmara dos Dirigentes Lojistas de Uruçuca (com 1 representante titular e 1 suplente).

- Setor da sociedade civil organizada:

1) Associação de Moradores do Sargi e Pé de Serra (como titular) e Instituto Ynamata (como suplente).
2) Centro de Agroecologia e Educação da Mata Atlântica - Alessandro Marcelo Lyrio (como titular) e Movimento Mecenas da Vida (como suplente).
3) Associação de Moradores e Moradoras da Beira Rio Represa (como titular) e Associação de Moradores do Bairro Novo (como suplente).
Vários temas ligados ao turismo foram discutidos, se destacando a necessidade da realização de um planejamento estratégico para o turismo de Uruçuca/Serra Grande, paralelamente ao desenvolvimento de ações emergenciais voltadas para a questão da segurança, por exemplo.

O COMTUR se reunirá, ordinariamente, 1 vez por mês e já tem um endereço eletrônico: comtur@urucuca.ba.gov.br

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Canteiro de compostagem como fazer?


Compostagem


Introdução ao problema - a falta de alimentos para todos


Crescendo para acabar com a fome


3 mitos que você sempre ouviu sobre a agroecologia - mas ninguém teve coragem de negar


As mulheres invisíveis por trás do chocolate

Como é a vida as mulheres que produzem o cacau do seu chocolate favorito?

As produtoras de cacau merecem dignidade e respeito!

Chocolate é uma indústria de R$ 200 bilhões, mas quem produz o cacau ganha, em média, R$ 4 por dia. Para as mulheres, a situação é ainda pior.

As mulheres produtoras de cacau recebem menos treinamentos e menos dinheiro pelo seu trabalho – se é que recebem alguma coisa!

Comparando com homens, elas têm maior dificuldade em receber empréstimos, os contratos de trabalho raramente estão em seus nomes e, no Brasil, apenas 12% das propriedades rurais estão em suas mãos!

Nestlé, Mars e Mondelez compram mais de 30% de todo o cacau produzido no mundo. Mas por toda a cadeia de suprimento as mulheres estão sendo injustiçadas. Duas das três grandes empresas de chocolate, Nestlé e Mars, já responderam aos nossos pedidos.

Você pode mudar isso!

Você compra o chocolate - e as empresas se importam com o que você pensa. Chegou a hora de aumentarmos a pressão e pedir que a Mondelez se mexa e:

- Veja a forma como as mulheres são tratadas em toda a cadeia de suprimento.

- Ouça o que as mulheres têm a dizer sobre como são tratadas.

- Aja, instituindo e monitorando políticas para proteger o direito das mulheres e apoiar e nutrir suas habilidades.

Empreste sua voz para quem mais precisa!


Apresentação Assentamento Terra Vista

Por: Nani

terça-feira, 2 de abril de 2013

TEIA AGROECOLÓGICA DOS POVOS DA CABRUCA E DA MATA ATLÂNTICA


Fotos: O Sonho; Ritual antes dos trabalhos; Tecendo o Sonho.

Prezad@s parceir@s e Elos da Teia,

Nos dias 22, 23 e 24 de março de 2013 a TEIA AGROECOLÓGICA DOS POVOS DA CABRUCA E DA MATA ATLÂNTICA realizou mais uma ação. A atividade ocorreu na Aldeia Caramuru Catarina Paraguaçu, município de Pau Brasil - Bahia.

O acampamento foi montado no dia 22 à noite. Nos dias seguintes ocorreram as seguintes atividades: aimplantação de viveiro, com as mudas doadas pelo Assentamento Terra Vista (MST) e as mais de 6 mil mudas doadas pela Biofábrica (mudas de açaí, palmito, cacau, banana, cana de açúcar, ingá, etc.).



Construção de 2 banheiros secos, preparo da área para plantar, na implantação de uma área demonstrativa de SAF (com bananeiras, ingás, milho, feijão etc), na construção de tambores de percussão e na limpeza e coleta de adubo no curral.
Nessa ação contamos com a participação de diversas instituições, segmentos e profissionais: Tupinambás de Olivença da Serra do Padeiro, Pataxó Hã Haa Hãe (nossos anfitriões), Assentamento Terra Vista, Curso de Agronomia (MST), Ecobahia, Casa do Boneco, Quilombo Lagoa Santa, NEPPA, MPA, Associação Comunidade Ativa (ACATI), Mestre Lumumba, Mãe Nadja, a bióloga Quionat Tosta, a professora de Danças Circulares, Heloísa, a Terapeuta e parteira, Val Rocha, Cauê Rocha (estudante de cinema da UFRB) e divers@s colaboradores. Totalizando uma média de aproximadamente 200 participantes voluntários.




A ação foi considerada exitosa e proporcionou um fortalecimento da rede que se formou após a I Jornada, oportunizou formação prática do processo colaborativo (quem pode levou alimentos, sementes, ferramentas, mudas etc.), serviu como base para o aprimoramento do conhecimento agroecológico, permitiu que os indígenas renovassem a esperança na possibilidade de melhoria do uso da terra e colaborou para fortalecer a identidade e cultura dos povos presentes.

Entretanto, o diagnóstico realizado da Aldeia, um recorte dos 54 mil hectares das terras indígenas, identificou que a terra está bastante degradada após os muitos anos de utilização pelos ex-proprietários (fazendeiros) dessa terra para criação de gado. Além disso, outra questão que impacta diretamente na ampliação da produção agrícola e da melhoria de vida dos índios que residem nessa área é a pouca água potável de fácil acesso aos índios. Nota-se ainda que a colonização portuguesa deixou marcas que perduram até hoje nas tradições indígenas e na perda de algumas práticas tradicionais.
Contudo, é notável o desejo desse segmento em implementar as práticas agroecológicas em sua comunidade, fortalecer a identidade, cultura e resgatar as tradições . Todavia, é necessário uma ação continuada que auxilie na restauração florestal, na implantação de SAF, criação de quintais produtivos, na soberania alimentar, no empoderamento da comunidade entre outros. Para isso, é necessário um suporte técnico maior do que a TEIA já está oferecendo, ampliação do viveiro, na, criação do banco de semente, suporte financeiro para que estes possam adquirir ferramentas, insumos e outros instrumentos necessários para a ampliação das práticas agrícolas, formação e construções a partir da bioconstrução (tanques de captação de água da chuva, biodigestor etc.), formação continuada para jovens e crianças voltada para agroecologia, fortalecimento identitário e organização social.
Apesar, de compreendermos que muito ainda temos que caminhar, cada atividade que vivenciamos nos fortalece como TEIA colaborativa que acreditam nos diferentes saberes e que sabe que o caminho é continuar firme nessa jornada coletiva, colaborativa e solidária. Assim, agradecemos aos esforços individuais e coletivos dos diversos Elos dessa TEIA que fizeram dessa ação possível, PAA Ituberá, PAA de Itacaré, a Prefeitura de Camacan, a prefeita Angela Castro pelo auxílio e a ADESCT de Pau Brasil.

Segue mais fotos no facebook: 




Saudações Agroecológicas,

Crie seu site grátis: http://www.webnode.com.br

Apoia essa iniciativa: