sexta-feira, 29 de julho de 2011

Simplicidade Voluntária

Nossas vidas precisam ser guiadas por novos valores: simplicidade, austeridade, quietude, paz, saber escutar, saber viver juntos, compartir, descobrir e fazer juntos. Precisamos escolher entre um mundo mais responsável frente à cultura dominante que é uma cultura de guerra, do ruído, de competitividade sem solidariedade, e passar de uma responsabilidade diluída a uma ação concreta, praticando a sustentabilidade na vida diária.

A simplicidade não se confunde com a simploriedade e a quietude não se confunde com a cultura do silêncio. A simplicidade tem que ser voluntária como a mudança de nossos hábitos de consumo, reduzindo nossas demandas. A quietude é uma virtude, conquistada com a paz interior e não pelo silêncio imposto.

Moacir Gadotti

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Usina de Belo Monte faz suas primeiras vítimas

Sem ter para onde ir, famílias dos baixões vivem primeiros desesperos causados pela Usina


Ruy Marques Sposati
de Altamira (PA)


Vão subindo para um dos pontos mais altos da cidade. Trazem no ombro foices, enxadas e facões. E crianças no colo. O sol corta o rio Xingu, ainda gelado.
Vinte de maio, era o princípio de uma ocupação urbana de famílias sem-teto em Altamira, no Pará. Eu estava lá; chegara algumas horas antes e podia ver se aproximarem, de cima, as pessoas, os cachorros, as conversações. Um pouco de barulho matinal.
Esta era a segunda ocupação na cidade nos últimos dias. As duas estão na conta da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Trinta mil famílias alagadas – e nem sinal de indenização. Dizem que em Tucuruí, no processo da construção, ocorreram 37 ocupações – o que significa que, aqui, estamos apenas no começo.
As mulheres iam roçando e dividindo os lotes: 20 por 10 metros. Os homens iam roçando e dividindo os lotes: 20 por 10 metros. As crianças não se divertiam. Fogueiras queimavam cobras e alguma juquira. No cadastro improvisado, 135 famílias. No terreno cabem mais ou menos 200 famílias, guardando o devido espaço para ruas, escola, posto de saúde e centro comunitário.
Segundo dia de ocupação. Vinham mais famílias às bicas; carregavam consigo garrafas térmicas com o café fraco e borrento e potinhos com bolos e cozidos, e mais crianças. Atrás delas, vinha a polícia. Com as armas. Atrás deles, os cachorros.
Um delegado muito sóbrio vinha com um título de propriedade em punho. Ali dizia: terreno da Eletronorte. Achava tratar-se do mandado de reintegração de posse. “Mas, seu guarda, onde tá o mandado e reintegração de posse?”. Com esta pergunta fui levado para a delegacia e indiciado por esbulho possessório e acusado de liderar a tropa. As famílias são despejadas sob cassetetes e spray de pimenta. A polícia leva todas as ferramentas.


Caças e rojões
Duas horas depois, cabisbaixo, saía da DP, quando topo com a frota de bicicleta: era a rapaziada da ocupação que havia me seguido até a delegacia. Com a prisão, fiquei carimbado entre os ocupantes como aliado. Sorriem: “Bora conhecer onde a gente mora. Você come caça?”. Era hora do almoço. Havia uma bicicleta para mim.
Chegamos ao baixão da Aparecida, bairro quente e pobre situado na área que será diretamente alagada pela construção de Belo Monte. Um tecnobrega no carro com alto-falantes no porta-malas; ouviremos isto por todo o almoço.
Corredores estreitos ladeados por pequenos quartinhos. A primeira porta do barraco está trancada com cadeado. “O rapaz daqui fugiu. Era ele e o irmão aí nesse quarto. O cara aumentou, não tiveramdinheiro pra pagar o aluguel e fugiram. A gente cobriu pro dono não pegar, a gente sabe onde eles estão, leva comida”, contam.
Subimos uma escada de ripa apodrecida. “O aluguel lá embaixo começou em 70 [reais] e tá em 200. Aqui em cima agora tá 250. Agora eu divido o quarto com ele”, aponta, com gracejo, para o melhor amigo. “Minha mulher sempre falou que era só o que faltava: eu mudar logo pra casa dele”.
Este é o contexto de 178 famílias – segundo o último levantamento do censo – que ocupam um terreno em desuso há mais de 30 anos na parte alta de Altamira. Estas famílias são parte de um universo de 6.500 famílias de bairros paupérrimos da cidade, conhecidos como baixões, que deverão ser alagados caso a usina seja construída.
Por caça, entenda-se catitu – ou porcão, ou porco-do-mato. Definitivamente, a melhor carne das redondezas, seguida pela de jabuti. Vão preparando o carvão e fazendo a vaquinha da cerveja. São bastante jovens, mas fanáticos por carimbó. Se auto-intitulam “Verequete”, em referência ao rei do carimbó.
Quando o local ia se esvaziando, um “verequete” surge disparando rojões como um aviso para que todos voltassem ao terreno.
Largam os barracos e rumam novamente à ocupação. E adormeceram lá, de um dia para o outro. Uma fileira extensa de redes com muitas cores e muita gente dentro.


Mais uma vez a polícia
Terceiro dia. Ressurge a polícia, novamente sem mandado, mas com um elemento surpresa: balas de borracha e bombas de gás. Despejam, desta vez, ao menos 350 ocupantes. Trinta e duas pessoas foram detidas e levadas à delegacia – entre elas, três menores de idade. Recolhem novamente todas as foices e facões. “A gente compra outros”, diz um dos manifestantes.
Mas a dor das pessoas não sai no jornal. A ação policial foi violenta, mas não apareceu na imprensa local. “Eles chegaram com tudo, apontando arma na nossa cara”, disse um dos despejados. “Aproveitaram a hora do almoço e o fato de não ter nenhum canal de televisão aqui naquela hora”. Enquanto colhíamos estes depoimentos, era possível ouvir o som de mais bombas e tiros na área interna do terreno. Não era permitido à imprensa entrar para acompanhar a ação da PM.
“Se este terreno é da Eletronorte, por que a empresa não vem aqui dizer onde é que a gente vai ficar?”, questionou I., moradora da Invasão dos Padres, bairro que será atingido por alagamento. “A empresa vai botar o povo debaixo d’água. Se ela tem coragem de mandar expulsar a gente, como não tem coragem de enfrentar o povo, de dizer que a gente vai ficar no fundo? Igual em Tucuruí. Minha casa está até hoje no fundo lá e eu nunca recebi um real”, gritava para a imprensa uma das sem-teto ocupantes. Sua mãe fora detida pela polícia.


Área em disputa
Apesar de ter sido identificada como de posse da Eletronorte pela polícia, a posse da área ocupada pelos sem-teto é disputada por empresários da cidade.


O diretor da rádio e TV Vale do Xingu, grupo ligado ao político Domingos Juvenil (PMDB-PA), Miguel Ceci foi à imprensa local (leia-se, o próprio canal) reivindicar a posse do terreno e pedir que a polícia tomasse providências quanto à desocupação.
Ceci ameaçou ostensivamente os sem-teto e agrediu um cinegrafista local com um facão.
Outro elemento, identificado como Ubiratan e que se dizia “amigo do proprietário”, intimidava os ocupantes e a imprensa, e discursava para os presentes responsabilizando o Bispo da Prelazia do Xingu e presidente do Conselho Indigenista Missionário, Dom Erwin Krautler, como o causador dos problemas. “Vocês acham que uma pessoa de Deus teria sido ameaçado de morte? O Bispo é a besta-fera”, bradou para um grupo de homens que olhava a ocupação, próximo à sua caminhonete com placa de Macapá (AP).
No entanto, a versão oficial da posse da área veio com a polícia. O delegado garantiu aos moradores que o documento era legítimo, embora o papel que possuísse em mãos fosse apenas uma cópia gasta pelo tempo, o que não permitia uma análise apurada. Ainda mais se tratando de um documento baseado em coordenadas geográficas latitudinais e longitudinais. Não deu tempo de ligar o GPS.



Construção do Projeto Refazenda



A OCA recebeu a visita dos companheiros Daniela Santana Fernandes - Cineclube Mario Gusmão, Extensão da Faculdade de AudioVisual UFRB, Gleciara Ramos - Cineclube Jaguatirica e SINDIRECEITA e  do Sérgio Zumby - Luis Sergio Brito Nascimento - Cineclube Bela Vista, de Salvador-BA.


A proposta era a apresentação do projeto de Educação Tributária: O REFAZENDA e a participação da OCA como parceira na região Sul  da Bahia.
Eliane Martins, Janaína Nunes, Jackson Santos e Nágila Santos coordenadores da OCA e do Cineclube Mocamba


Sérgio Zumby  - Cineclube Bela Vista


A galera é cineclubista e não perdeu a oportunidade  de registra o bate-papo.

Cláudio Lyrio, coordenador da OCA

Gleciara Ramos - Cineclube Jaguatirica  e SINDIRECEITA

Daniela Santana Fernandes - Cineclube Mario Gusmão

Atentos à apresentação da Daniela

Ninguém é de ferro !
A Elaine preparou um deliciso Yaksoba

Totalmente vegetariano. 


A visita foi muito muito legal e batemos ótimos papos sobre cineclubismo, politica e cultura.
Em breve disponibilizaremos em nosso blog mais detalhes sobre o Projeto REFAZENDA e informações sobre datas locais e parcerias. 

Vale registrar a ausência do nosso coordenador político o José Roberto, que atualmente está em Jacobina-BA a trabalho. 
Beto saudades ! 

José Roberto Oliveira, coordenador politico da OCA




MANCHETES SOCIOAMBIENTAIS: Resumo de noticias selecionadas entre os principais jornais diários e revistas semanais, além de informações e análises





 AMAZÔNIA

Há quatrilhões sob a Amazônia Sob a floresta amazônica, está escondida uma riqueza que passa da casa dos quatrilhões de dólares. Só a reserva de água subterrânea é calculada em US$ 1,9 quatrilhões. A Amazônia tem reservas de petróleo, ferro, alumínio e manganês que valem, juntas, US$ 12 trilhões. E suas árvores possuem uma capacidade de sequestrar carbono estimada em US$ 379 bilhões. Isso tudo, se a floresta permanecer de pé. É o que aponta um estudo inédito do coordenador de sustentabilidade ambiental do Ipea, José Aroudo Mota ao qual o Razão Socialteve acesso com exclusividade. Os dados seguirão para a presidente Dilma Rousseff, que poderá usá-los para negociações internacionais sobre o valor da biodiversidade brasileira. O estudo, que recebeu o nome de "Valoração dos Serviços Ecossistêmicos", será disponibilizado pelo Ipea somente em setembro -O Globo, 19/7, Razão Social, p.6.

Plano de Ocupação da Fronteira
Os ministros Nelson Jobim (Defesa) e José Eduardo Cardozo (Justiça) querem criar um plano de ocupação nas fronteiras norte e noroeste do país. As populações que já vivem nessa faixa receberão recursos para continuar lá. Os que se dispuserem a habitar aquela área receberão incentivos do governo para se fixarem na terra. O objetivo é ocupar as fronteiras e torná-las menos permeáveis às atividades ilegais. As ministras Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) foram chamadas à reunião de quarta-feira no gabinete do vice-presidente Michel Temer. O Meio Ambiente irá estudar em que condições a população será transferida para essas regiões, onde há áreas de preservação. E o Desenvolvimento Social, criará o plano de incentivo financeiro. O objetivo é povoar os 150 km2, a partir do marco fronteiriço - O Globo, 17/7, Panorama Político, p.2.

Ideia fronteiriça
"Está de volta a ideia de um grande plano para ocupação populacional da fronteira norte. As aglomerações sempre serviram melhor às atividades ilegais do que as zonas pouco ou não habitadas. Oferecem ao contrabando mais mão de obra, meios de transporte, infraestrutura que facilita a ação, como vias vicinais e intermunicipais sem repressão. Um caso exemplar: Foz do Iguaçu. O plano que vinha em desenvolvimento, de núcleos militares e policiais com áreas sob vigilância permanente, faz sentido. A floresta e a falta de ocupação humana facilitam a percepção do transporte ilegal, com movimentos onde não deviam ocorrer, e indicativos de anormalidade. A ideia de ocupação de fronteira tão extensa poderia resultar, no máximo, na criação de núcleos. Com intervalos que se prestariam ao que hoje é e continuará sendo floresta", artigo de Janio de Freitas - FSP, 19/7, Poder, p.A8.


MINERAÇÃO

'Empresas não precisam esconder o que fazem'
O Fórum Amazônia Sustentável de novembro do ano passado pôs lado a lado, na mesa de discussão, a liderança comunitária de Barcarena e o empresariado. A questão envolvia impactos ambientais que mineradoras estavam causando e a falta de diálogo entre as empresas e as pessoas que moram ali. Representando o Ibram estava o consultor Rolf Fuchs. Em entrevista, Fuchs discute a difícil equação: recursos naturais cada vez mais distantes e em territórios onde estão comunidades pobres, carentes da presença do estado versus poder do capital corporativo, que acaba ganhando uma imagem de salvador da pátria diante de tanta carência. "Ninguém pode dizer que a convivência entre atividade produtiva e seres humanos é impossível. Então, o melhor a fazer é tentar que seja boa para todo mundo", diz - O Globo, 19/7, Razão Social, p.4 e 5.

Ameaça a obras históricas
"Um caso exemplar é o de Congonhas (MG), onde se localiza o conjunto barroco do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, declarado patrimônio da humanidade pela Unesco. A CSN vem explorando a mina de Casa de Pedra. A empresa planeja agora uma expansão que exigiria a escavação da montanha que fica diante da cidade, tornando ainda mais graves os problemas ambientais. A exploração de minério a céu aberto pode pôr abaixo o morro, comprometendo também o fornecimento de água ao município. Ninguém contesta os benefícios que a mineração pode trazer para a economia local. Há necessidade de melhor comunicação por parte da CSN. Mas não só isso. É essencial um planejamento das empresas, prefeituras e órgãos dos governos estadual e federal para reduzir ao mínimo os riscos ambientais. E é preciso preservar um patrimônio cultural que não tem preço", editorial - OESP, 19/7, Notas e Informações, p.A3.


GERAL

Novo método mede redução de emissões em florestas
O Brasil desenvolveu, em parceria com o Banco Mundial, uma metodologia para quantificar a redução de emissões de gases de efeito estufa em projetos de combate ao desmatamento e degradação florestal - REDD. Fruto de uma parceria entre o Banco Mundial e a Fundação Amazonas Sustentável, o método foi aprovado pelo sistema de comércio voluntário de créditos de carbono. Na prática, comunidades que preservarem regiões de florestas poderão ser remuneradas. A metodologia permite que seja calculadas as emissões tanto de grandes áreas quanto de "mosaicos", pequenas áreas florestais. "A metodologia gerará um arranjo para recompensar atividades que reduzam o desmatamento, contribuindo para o bem-estar de comunidades", diz Ellysar Baroudy, diretora do Banco Mundial - OESP, 19/7, Vida, p.A16.

Poluentes orgânicos causam problemas neurológicos
Níveis elevados de poluentes orgânicos persistentes (POPs) na placenta estão associados ao nascimento de crianças com problemas neurológicos graves. É o que mostra um estudo divulgado ontem pela revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Os POPs incluem certos pesticidas, além de gases eliminados por incineradores industriais e de resíduos. Já existiam evidências que mostravam a associação dos POPs com defeitos no desenvolvimento fetal de animais. Faltava comprovar que seres humanos também são susceptíveis a danos neurológicos graves. Os pesquisadores chineses ficaram espantados com a presença do inseticida DDT na placenta de algumas mulheres grávidas. O produto foi banido da China em 1983. Para os autores do estudo, a presença da substância demonstra como é difícil eliminar os POPs do ambiente - OESP, 19/7, Vida, p.A15.

Fonte: http://www.socioambiental.org



Presidente do Ibama assume Belo Monte e afirma que não é seu papel cuidar do meio ambiente

Sem saber que estava sendo gravado, Curt Trennepohl sugere que o Brasil faça o mesmo que a Austrália fez com os aborígenes
Da redação
Em entrevista ao programa australiano “60 Minutes”, o presidente do Ibama, Curt Trennepohl afirmou que está disposto a viver com a decisão de autorizar a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e que seu trabalho não é cuidar do meio ambiente e sim “minimizar impactos ambientais”.
No momento em que é contestado pela repórter sobre a questão indígena. Trennepohl afirma que “nenhuma tribo será atingida ou perderá suas terras em razão da hidrelétrica”,. Depois de afirmar que não responderá a nenhuma outra pergunta, o cinegrafista sai da sala, mas continua gravando a conversa.
Sem saber que estava sendo gravado, presidente do Ibama considera a possibilidade de que o que o Brasil faça com os índios a mesma coisa que a Austrália fez com sua população nativa, os aborígenes, que eram perseguidos em campanhas de extermínio pelos colonizadores britânicos e por leis discriminatórias.
Acompanhe o diálogo:
“Vocês têm os aborígenes lá e não os respeitam", afirma Trennepohl.
"Então vocês vão fazer com os índios a mesma coisa que nós fizemos com os aborígines?", questiona a jornalista.
"Sim, sim", responde Trennepohl.
“Nós reconhecemos que o que fizemos com nossos aborígenes é errado.”
“Ah, você sabe que é errado”.
Veja o vídeo

Fonte: Brasil de Fato

terça-feira, 19 de julho de 2011

Fechamento de 24 mil escolas do campo é retrocesso", afirma dirigente do MST- pagina do mst 28 jun 11

Criança na Escola Oziel Pereira e Roça Gouveia, no 
assentamento 17 de abril, em Eldorado dos Carajás, no Pará

Por Luiz Felipe Albuquerque


Mais de 24 mil escolas no campo brasileiro foram fechadas no meio rural desde 2002. O fechamento dessas escolas demonstra o drástico problema na vida educacional no Brasil, especialmente no meio rural.
Após décadas de lutas por conquistas no âmbito educacional, cujas reivindicações foram atendidas em parte - o que permitiu a consolidação da pauta – o fechamento das escolas vão no sentido contrário do que parecia cristalizado.
Nesse quadro, o MST lançou a Campanha Nacional contra o Fechamento de Escolas do Campo, que pretende fazer o debate sobre a educação do campo com o conjunto da sociedade, articular diversos setores contra esses retrocessos e denunciar a continuidade dessa política.

“O fechamento das escolas no campo nos remete a olhar com profundidade que o que está em jogo é algo maior, relacionado às disputas de projetos de campo. Os governos têm  demonstrado cada vez clara a opção pela agricultura de negócio – o agronegócio – que tem em sua lógica de funcionamento pensar num campo sem gente e, por conseguinte, um campo sem cultura e sem escola”, afirma Erivan Hilário, do Setor de educação do MST.

Essas escolas foram fechadas por estados e os municípios, mas o Ministério da Educação também tem responsabilidade. "Não se tem, por exemplo, critérios claros que determine o fechamento de escolas, que explicitem os motivos pelos quais se fecham, ou em que medida se pode ou não fechar uma escola no campo", aponta Erivan.
Ele apresenta um panorama do atual momento pelo qual passa a educação do campo, apontando desafios, lutas e propostas. 


Fonte: Página do MST

Mais uma denúncia de Racismo Policial e extermínio da população negra: Quilombola é morto por policiais dentro de sua casa no Quilombo de Volta Miúda - Caravelas BA

Aspecto de pobreza e abandono da comunidade

Em pleno São João, dia 24 de junho, quando o nordeste voltava sua atenção para as festas juninas, um fato grave não ocupou nossa mídia: o quilombola Diogo de Oliveira Flozina, 27 anos, pai de 2 filhos, teve sua casa invadida por 3 policiais a paisana que chegaram na comunidade de carro comum em pleno meio dia. Testemunhas da comunidade que não desejam se identificar, pela gravidade das ameaças que sofrem, disseram que os policiais mataram Diogo e que ficaram na casa com ele até 14h, quando uma viatura chegou para levar o corpo. Nessas horas que a polícia estava na comunidade, um menor de 15 anos foi espancado e ameaçado de morte por se aproximar do local, que os policiais mantiveram isolado de outras pessoas.

A viatura então seguiu para o município de Nova Viçosa, para um bairro onde já existem ocorrências de tráfico de drogas; depois seguiram para o hospital de Teixeira de Freitas, lá e na delegacia o corpo foi apresentado como de um traficante. O boletim de ocorrência consta que o rapaz foi morto depois de uma batida policial com trocas de tiro numa boca de fumo em Nova Viçosa.
O Quilombo de Volta Miúda, assim como outros da região, vive conflitos permanentes com polícia e empresas de eucalipto e carvão. A comunidade acredita que Diogo foi morto por estar extraindo carvão e incomodando os interesses das empresas do ramo:

"Aqui os quilombolas vivem aterrorizados, trancados em suas casas, silenciados pela opressão, eu coloco minha boca no mundo, mas sei que posso morrer a qualquer momento por isso, precisamos de ajuda!" relata um quilombola que não deseja se identificar.

O quilombo de Volta Miúda é certificado pela Palmares, tem 120 famílias em estado de preocupante pobreza e sobrevivem com muito sacrifício por conta da dominação das empresas de eucalipto. Na região, vive em conflito com polícia e empresários, além da Volta Míúda, cerca de mais 7 comunidades que se sentem isoladas, sem apoio e cobertura nenhuma dos poderes públicos.
Forno de carvão da comunidade
O Quilombo de Volta Miúda pede socorro, antes que outras tragédias aconteçam!

A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia tem obrigação de por fim ao racismo policial que extermina nosso povo, prender os assassinos de Diogo e exonerar seus superiores!
Os organismos de Direitos Humanos e de Igualdade Racial devem obrigatoriamente nos assegurar cobertura, proteção e reparação em caráter emergencial para além de suas justificativas burocráticas e de gabinetes!
Paisagem de eucalipto dos empresários


Hoje dizemos: Aqui estamos! Resistimos!


´Nós somos os vingadores da morte.
A nossa estirpe não se extinguirá enquanto
houver luz no amanhecer´

Irmãos e irmãs.

Não é nossa a casa da dor e da miséria. Assim a pintou aquele que nos rouba e engana.
Não é nossa a terra da morte e da angústia.
Não é nosso o caminho da guerra.
Não é nossa a traição nem tem cabimento no nosso caminho o esquecimento.
Não são nossos o solo vazio e o céu oco.

Nossa é a casa da luz e da alegria. Assim a geramos, assim lutamos por ela, assim a faremos crescer.
Nossa é a terra da vida e da esperança.
Nosso é o caminho da paz que se semeia com dignidade e se colhe com justiça e liberdade.
(mensagem zapatista)

Saudações Mocambólicas!


Enviado por: Ascom Rede Mocambos, 08 de julho de 2011







sábado, 16 de julho de 2011

Movimentos de Minas Gerais repudiam instalação de projetos de mineração

Em manifestação ocorrida hoje (15) no município de Montes Claros, norte do estado brasileiro de Minas Gerais, agricultores, professores, servidores, sindicalistas, membros de ONGs e pastorais sociais declararam repúdio aos "grandes” projetos que o governo pretende desenvolver na região, ligados à produção de gás, construção de barragens e, principalmente, à mineração.

Os manifestantes aproveitaram a presença do governador do Estado, Antonio Anastasia, que esteve no município para anunciar envio de projeto de lei à Assembleia Legislativa, estabelecendo normas para facilitar a atração de investimentos e a instalação de empresas nos municípios da área mineira. Ele também assinou despacho definindo como prioridade governamental a elaboração de um plano regional para os municípios ricos em minerais.


Estão previstos quatro projetos, nos municípios de Grão Mogol, Salinas, Rio Pardo de Minas e Janaúba. As empresas envolvidas são o grupo Votorantim, Vale do Rio Doce, a Mineração e Transporte Minas (MTransMinas), Mineração Minas Bahia (Miba),a empresa Gema e a chinesa Honbridge.
Segundo o coordenador de equipe do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), Álvaro Carrara, os projetos são apresentados à população como um ótimo negócio, a "salvação” da região. Contudo, não há diálogo com as comunidades que serão atingidas, apenas a imposição dos projetos, que estão em fase de estudo e devem ser implantados em 2012.


"Essa é a grande questão: não há consulta à população. É a mesma coisa que aconteceu na década de 70, quando vieram projetos de monocultura de eucalipto, barragens, tudo com a promessa de emprego e desenvolvimento, e o que se viu foi a exploração, o comprometimento dos recursos naturais, a expulsão das famílias para a cidade, a desestruturação do modo de produção familiar”, conta.


"Hoje, sem nenhum diálogo, as máquinas já estão chegando, e a população fica só olhando, sem saber quais os métodos dos projetos, quais os impactos”, acrescentou.


Para combater a versão desenvolvimentista propagada pelo governo, o Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Norte de Minas, formado por organizações da sociedade civil e movimentos sociais da região, publicou manifesto em que explicita os pontos negativos dos empreendimentos.

Entre os principais, está a questão da água, consumida em grande quantidade pela atividade mineradora e, por isso, pondo em risco o abastecimento da população. A região é caracterizada como semi-árida, portanto, já não dispõe de recursos hídricos abundantes.


"No Norte de MG apenas uma das empresas que querem o minério tem uma outorga preventiva de 30.700 milhões de litros por ano. Quase o que consome a população inteira de Montes Claros. Ainda pretendem implementar minerodutos (consomem muita água) para levar o minério para exportação”, esclarece o manifesto.
As doenças também constituem grave ameaça aos moradores da região, uma vez que estudos descobriram a existência de uma grande jazida de arsênio, elemento altamente nocivo à saúde, junto à jazida de ouro.


"Onde há exploração de ouro, muitas pessoas são contaminadas pelas diferentes formas de disseminação do arsênio, pela água, pela poeira no ar, e pelo consumo de folhas e frutos que possam ter sido alcançados pela poeira com arsênio, ou pelo consumo de carne de animais ou peixes, que tenham ingerido substâncias com estes elementos”, alertam.
Como consequência, pessoas adoecem de câncer e bebês nascem com má formação. Não é à toa que, segundo o manifesto, em uma escala de 1 a 6 em potencial poluidor, o Projeto de Mineração Riacho dos Machados Ltda. é classificado como um empreendimento de classe 6, portanto, com alto risco de contaminação.
Nem financeiramente os projetos podem levar vantagens à população. Os ativistas do Fórum denunciam que os impostos pagos pelas mineradoras ficam entre 2 a 3% do faturamento líquido, sendo considerados "irrisórios”.

Os empregos não são tantos como o governo anuncia e serão ofertados apenas nos 15 meses iniciais de instalação da mina. Sobre isto, o temor da população é o aumento considerável do número de pessoas na região, que deve gerar, como em outras comunidades que receberam projetos mineiros, crescimento da violência e exploração sexual de crianças e adolescentes.



Depois dos oito anos de exploração mineira previstos no projeto, as empresas controladoras da atividade, a maioria transnacionais, devem ir embora do local, levando os lucros e deixando muitas perdas às comunidades. "De acordo com o estudo do Relatório de Impacto Ambiental (Rima), nesse curto período de tempo a mineradora extrairá cerca de 15 milhões de toneladas de minério aurífero, riqueza inquestionável, sendo que, para isso, produzirá cerca de 144 milhões de toneladas de rejeitos, um lixo que ficará para todos os que permanecerem na região”, enfatizam.
Para ler o manifesto na íntegra, acesse o linkhttp://www.saofranciscovivo.com.br/files/Carta%20Aberta%20Mineraçao%20Norte%20de%20Minas.pdf


Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital

terça-feira, 12 de julho de 2011

A diferença entre o Ativista e o Profissional

O movimento ambientalista brasileiro, até a metade dos anos 90 era essencialmente composto por ativistas. Foram estes ativistas que, às próprias custas, despertaram o interesse do brasileiro no combate a degradação.
Muitos eram encarados com uma espécie de “louco manso”. Não ofereciam perigo à sociedade. Eram pessoas que gostavam de bichinhos e florzinhas, na opinião de muitos que até os dias de hoje ridicularizam a necessidade de preservar o meio ambiente.

Com o advento da ECO 92 muitos ativistas tiveram contato com “profissionalização” da defesa do meio ambiente.
Foram criando assessorias, desenvolvendo novas técnicas e, principalmente ampliado o conceito da valoração ambiental – Não sei se estou conseguindo esclarecer meu pensamento. O que quero dizer é que muitos ativistas se tornaram membros de uma confraria que vive do dano ambiental.  Permitem a degradação desde que o infrator pague em dinheiro, como se pudéssemos respirar ou beber Dólares, Real ou Euros...
São os técnicos renomados com conhecimento e experiência adquirida às vezes no serviço público. Ex-funcionários de órgãos licenciadores que aprenderam as artimanhas para encontrar as brechas da lei e facilitar a aprovação de projetos de grande impacto.
Proxeneta do Meio Ambiente..
Estas pessoas, que carinhosamente chamo de “PROFISSIONAIS DO DANO AMBIENTAL”, vivem e se proliferam às custas de empreendimentos e projetos que destroem o meio ambiente em troca de lucro e poder.
Se acabarem os predadores capitalistas, certamente acabarão os profissionais que vivem do dano causado por estes predadores.

“Quando se coloca no papel o resultado, pode demonstrar que o custo da degradação é muito pior do que o lucro gerado pela atividade econômica.” Carlos Eduardo Young , professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
 


Gostaria de ver algum laudo de uma destas assessorias contrariando a vontade do patrocinador. Algum laudo ou relatório que diga claramente que o empreendimento não deve ser executado.

A separação do Joio do Trigo
As assessorias, as ONGs e Fundações que fazem mitigação de projetos, como o ..., por exemplo, a ... que pega recursos de compensação de danos ambientais. o ... que desenvolve projetos para papeleiras. Os...  que passam o pano para a sujeira de mineradoras, o ... que restaura danos. Estas empresas devem, no meu entendimento, migrar para o 2º setor. Deixem o 3º setor para ONGs e pessoas que realmente defendem o meio ambiente e não torcem para que algo seja destruído para abocanhar a gorda fatia das compensações ambientais.
Reconhecemos o valor e a importância de todos aqueles que lutaram por um Brasil melhor. Porém, este reconhecimento não nos obriga a compartilhar com os rumos tomados. O valor das ações do passado estão registrados na história e serãoreverenciados para sempre.
Se eu estiver errado, por favor, digam porque o MOVIMENTO ambientalistas vive se digladiando. Porque as grandes ongs ignoram toda e qualquer demanda que não esteja centrada em seu próprio umbigo? Porque diretores destas ongsempresariais se ofendem tanto quando são criticados?
As ações “mitigadoras” realizadas por ex-ativistas e atuais empresários, consultores, profissionais, e assessores, que buscam a recompensa em dinheiro pela destruição ambiental deve manchar a biografia de muitos.
Ilustração extraída do Jornal de Londrina

domingo, 10 de julho de 2011

Primeiras máquinas pesadas chegam para obras da Usina de Belo Monte


Chegaram no dia 5 ao cais de Vitória do Xingu, as primeiras máquinas pesadas para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A previsão é a de que, após passarem por inspeção técnica, as 37 máquinas entrem em operação ainda esta semana no Sítio Belo Monte, informou à Agência Brasil o consórcio construtor da usina (CCBM).

As primeiras máquinas pesadas para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte chegaram nesta terça-feira, ao cais de Vitória do Xingu, no Pará. A previsão é a de que, após passarem por inspeção técnica, as 37 máquinas entrem em operação ainda esta semana no Sítio Belo Monte, informou à Agência Brasil o CCBM (consórcio construtor da usina).

Os aparelhos saíram do Porto de Belém na última sexta-feira (1). Foram necessárias 80 horas de viagem para que dez tratores, sete motoniveladoras, sete rolos compactadores, cinco pás carregadeiras, cinco escavadeiras e três retroescavadeiras chegassem ao destino. Já foram comprados pelo consórcio 700 equipamentos similares. Metade deles já deverá estar nas obras até o fim do ano.

As primeiras ações do consórcio estão sendo desenvolvidas desde o último dia 23, com a supressão vegetal e a terraplenagem que antecedem a instalação do canteiro pioneiro, a cerca de 50 quilômetros de Altamira.

Fonte: Agência Brasil  
Foto: Divulgação/CCBM

Trabalhadores e trabalhadoras de Anapu se preparam para 6ª Romaria da Floresta




Em Anapu, no Pará, região Norte do Brasil, os trabalhadores e trabalhadoras do Projeto Sustentável Esperança (PDS) e do Comitê Dorothy Stang se preparam para realizar a 6ª Romaria da Floresta que acontece de 21 a 24 de julho. Serão três dias de Romaria, seguindo um percurso de 55 quilômetros da sede do município de Anapu até chegar ao local onde Irmã Dorothy Stang, religiosa defensora das causas rurais no município, foi assassinada. No final, será celebrada uma missa.

Todas essas atividades têm motivo para acontecer. No último final de semana, os trabalhadores se mobilizaram para impedir que José Júnior Avelino Siqueira, fazendeiro da região, levasse as madeiras as quais ele diz ser dono. Amanhã (2), às 19h, está agendada uma reunião do Comitê em Defesa de Anapu para tratar o assunto.

A questão está acirrada desde janeiro deste ano, quando os moradores do local decidiram acampar em frente à entrada da reserva do projeto como forma de impedir a extração ilegal de madeira apreendida pela Polícia Federal e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A decisão de acampar se deu após audiência realizada em janeiro de 2011, como forma de impedir a entrada dos madeireiros da região. Outra medida foi a contrução de duas guaritas construídas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas até agora, somente uma está em construção.

"Reconhecemos a demora por conta do quadro invernoso que foi muito forte esse ano, e somente iniciaram a construção da primeira guarita em maio. A outra não se tem previsão de quando vai ser construída, no entanto, não vemos agilidade e rapidez na solução dos problemas. A corrupção, violência, ameaça correm rápido frente às ações do governo”, afirma Irmã Jane Dwyer, membro da Comissão de Pastoral da Terra (CPT) e do Comitê Irmã Dorothy.

De acordo com informações do Comitê, cerca de 80% das terras são de floresta legal e protegida pelos moradores da região que defendem a vida e a natureza. "Os trabalhadores esperam por uma solução desde janeiro e até hoje nenhuma providencia foi tomada”, afirma irmã Jane. Ela acrescenta que no último final de semana, seguranças a mando de José Avelino tentaram afastar os trabalhadores para retirar a madeira.

"Entramos em contato com a polícia e ele foi preso. O mesmo já havia sido detido e obrigado a assinar um termo que impedia sua entrada nas terras, mas ele descumpriu a ordem e foi novamente detido. A violência e a impunidade na região deixam a população sem defesa. O povo sozinho não tem força para se defender”, disse a religiosa.

Irmã Dorothy

Irmã Dorothy Stang, da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Namur, era uma religiosa norte-americana naturalizada brasileira. Atuava juntos aos trabalhadores rurais de Anapu buscando melhorias na geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento e diminuição dos conflitos fundiários na região. Foi assassinada em fevereiro de 2005 por defender as causas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais locais.

Fonte: Adital

Foto da 4ª Romaria, fonte: blog do Comitê Dorothy

domingo, 3 de julho de 2011

A Tribo



. . . a rede é o fim para o peixe e o início para o pescador.

A vida é respiração, é o eterno movimento in/yang do Universo. Sentir essa essência é nossa busca.

         Não escolhemos quem vamos encontrar pelo caminho, todo encontro traz a possibilidade de darmos mais um passo, de reconstruirmos mais uma parte de nós mesmos. O movimento da vida é responsável por nos colocar em contato com os seres que nos rodeiam, esses encontros não ocorrem por acaso, mas cabe a nós optar pelo que acontecerá em seguida. Quando conseguimos compreender que todo Ser pode acrescentar algo em nós, mesmo possuindo todos os “defeitos” que podemos observar, pois somos seres em evolução, estabelecemos relações verdadeiras.

         Deste momento em diante percebemos que somos ecologicamente sociáveis, não podemos Viver se não for em grupo e livres, pois construímos nossa compreensão de Mundo e conseqüentemente de nós, coletivamente.

         Somos únicos porque somos diferentes e só existe diferença quando existe o outro.
         Quando temos a rara possibilidade de conviver num meio onde há certa sintonia, temos condição de nos expressar, e com isso, nos conhecer um pouco mais. Quando nos expressamos o fazemos coletivamente e, percebemos que somos uma parte de todos os que Realmente encontramos em nosso Caminho.

         Convivendo neste meio vamos nos desprendendo dos lastros do Ego e redescobrindo nossa Natureza, nos integrando novamente à Mãe Terra e sentindo o equilíbrio do Todo. Assim percebemos que só existe um Caminho e ele é o de cada um de nós, é o que contém o Amor, a força que move o Universo.
         Este caminho nos leva a liberdade, e o percorremos coletivamente, pois só conseguimos quebrar os grilhões de nossas mentes em conjunto. Desta forma, neste caminho só há uma opção, ajudar pelo prazer de ajudar, porque nossa natureza é cooperativa.

         Muitos são os que percorrem este caminho, e cada vez serão mais, pois nossa Natureza pode ser reprimida, mas nunca destruída. Todos nós, cada um de sua forma, começa a pintar sua Aldeia, a construir o amanhã.

         O momento é agora, cabe a nós pegar o bastão e percorrer nossa parte no percurso, temos uma grande meta pela frente, está em nossas mãos a construção da Nova Era . . .

                   Que a Grande Mutação ocorra . . .

        
In lake’ch (eu sou outro você)

Beto
Verão de 2000