Cansados de esperar pela reintegração de posse de seu território, os Bororo da Terra Indígena Tereza Cristina iniciaram o processo de retomada.Nesta sexta-feira, 21 de outubro, um grupo de indígenas Bororo ocupou a fazenda rio Vermelho, encravada na porção do território que não foi homologada, embora já demarcada pelo Marechal Candido Rondon em 1897.Os Bororo afirmam que cansaram de esperar que o governo brasileiro, através da Funai, efetivasse o processo de reintegração dos mais de 34 mil equitares.
Foram vários documentos, manifestações e idas até Brasília sem resultados. Após o estudo efetivado pela Funai em 2003 – Estudos e lavantamentos histórico-antropológicos - que tratava da ocupação tradicional deste território pelos Bororo, nada mais foi feito.A região onde se situa a fazenda rio Vermelho foi cogitada por pelo menos duas vezes para tornar-se assentamento, não se efetivando pela movimentação e ação dos indígenas que denunciaram a intenção de se lotear terra indígena. Atualmente esta porção do território vem sendo utilizada de maneira sazonal para a criação de gado.Desde a demarcação executada por Rondon em 1897, que fixou ‘Tereza Cristina’ com 65.923 equitares, o território foi seguidamente sendo loteado pelo governo estadual, a partir da década de 1950, sendo demarcada menos da metade do território.
Apesar das denúncias feitas pelos próprios membros do então Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e, posteriormente, por funcionários da Funai, o Estado brasileiro não realizou ações no sentido de recuperar o bem da União, que se destina ao ‘usufruto exclusivo’ dos povos indígenas, no caso, dos Bororo.Espera-se que, com a iniciativa dos indígenas de ocuparem seu território, o processo de reintegração de posse se efetive e os Bororo possam usufruir de maneira integral e exclusiva de seu território tradicional.
Fonte: CIMI REGIONAL MATO GROSSO
Fonte: CIMI REGIONAL MATO GROSSO
Nenhum comentário:
Postar um comentário