Aspecto de pobreza e abandono da comunidade |
A viatura então seguiu para o município de Nova Viçosa, para um bairro onde já existem ocorrências de tráfico de drogas; depois seguiram para o hospital de Teixeira de Freitas, lá e na delegacia o corpo foi apresentado como de um traficante. O boletim de ocorrência consta que o rapaz foi morto depois de uma batida policial com trocas de tiro numa boca de fumo em Nova Viçosa.O Quilombo de Volta Miúda, assim como outros da região, vive conflitos permanentes com polícia e empresas de eucalipto e carvão. A comunidade acredita que Diogo foi morto por estar extraindo carvão e incomodando os interesses das empresas do ramo:
"Aqui os quilombolas vivem aterrorizados, trancados em suas casas, silenciados pela opressão, eu coloco minha boca no mundo, mas sei que posso morrer a qualquer momento por isso, precisamos de ajuda!" relata um quilombola que não deseja se identificar.
O quilombo de Volta Miúda é certificado pela Palmares, tem 120 famílias em estado de preocupante pobreza e sobrevivem com muito sacrifício por conta da dominação das empresas de eucalipto. Na região, vive em conflito com polícia e empresários, além da Volta Míúda, cerca de mais 7 comunidades que se sentem isoladas, sem apoio e cobertura nenhuma dos poderes públicos.
Forno de carvão da comunidade |
O Quilombo de Volta Miúda pede socorro, antes que outras tragédias aconteçam!
A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia tem obrigação de por fim ao racismo policial que extermina nosso povo, prender os assassinos de Diogo e exonerar seus superiores!
Os organismos de Direitos Humanos e de Igualdade Racial devem obrigatoriamente nos assegurar cobertura, proteção e reparação em caráter emergencial para além de suas justificativas burocráticas e de gabinetes!
Paisagem de eucalipto dos empresários |
Hoje dizemos: Aqui estamos! Resistimos!
´Nós somos os vingadores da morte.
A nossa estirpe não se extinguirá enquanto
houver luz no amanhecer´
Irmãos e irmãs.
Não é nossa a casa da dor e da miséria. Assim a pintou aquele que nos rouba e engana.
Não é nossa a terra da morte e da angústia.
Não é nosso o caminho da guerra.
Não é nossa a traição nem tem cabimento no nosso caminho o esquecimento.
Não são nossos o solo vazio e o céu oco.
Nossa é a terra da vida e da esperança.
Nosso é o caminho da paz que se semeia com dignidade e se colhe com justiça e liberdade.
(mensagem zapatista)
Saudações Mocambólicas!
Enviado por: Ascom Rede Mocambos, 08 de julho de 2011
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