sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Conheça Thilafushi, uma ilha Maldivas que serve de lixão

Quando você acha que já viu de tudo nesse mundo, sempre aparece alguma notícia que te faz perceber que você está errado.
As Ilhas Maldivas são conhecidas pela beleza estonteante dos seus arquipélagos paradisíacos, mas tem uma ilha que está dando dor de cabeça para as autoridades locais: a Thilafushi, também conhecida como lixeira flutuante.
Bonitinha de longe, ordinária de perto
Lá em 1992 o pessoal teve a ~grande~ ideia de criar uma ilha artificial para servir de lixeira gigante para Male, a capital – que hoje concentra cerca de um terço dos 300 mil habitantes de toda as Maldivas. Só que com o turismo em alta esse material residual não foi tratado, o que gerou um grande problema em 2011. Diariamente dezenas de barco-lixeiras saem com destino a Thilafushi, com origem dos grandes centros turísticos que, em média, produzem 3,5 quilos de lixo por pessoa em um dia – agora façam as contas disso com 850 mil turistas no ano. É entre 300 e 400 toneladas de lixo por dia.
O grande problema ali é que inevitavelmente existe um vazamento de lixo tóxico – chumbo, mercúrio, cádmio, amianto… – que vai direto para o oceano, já que o aterro foi criado em uma maldita ilha, cujo solo não é firme. Que ideia de girico, convenhamos.
De uns anos para cá as autoridades estão desesperadas com esse problema que arranjaram, porque essa bomba chamada Thilafushi contribui muito para a fragilização geral do meio ambiente na região das Maldivas, porque: 1) Elevação do nível do mar e aquecimento global. 2) A água ácida tem efeitos desastrosos nos corais, que por sua vez fabricam os recifes, ou seja, sem recifes, sem ilhas. 3) A incineração do lixo tóxico é feita sem nenhum cuidado, então a população sofre com o as fumaças insalubres. O diretor de gestão dos resíduos da Agência de Proteção Ambiental das Maldivas disse com muita sinceridade que não há dados da saúde publica sobre o impacto da ilha-lixeira, mas que percebe o tamanho do problema quando se vê o número de doenças pulmonares em Male, capital situada a 20 minutos de barco do local.
Atualmente as autoridades das Maldivas estão procurando limitar a nocividade da ilha, mas encontram dificuldades. A ideia é elaborar uma lei que especifica os detritos a serem incinerados: apenas matérias orgânicas. O restante do lixo reciclável é encaminhado para exportação – especialmente ferro e plástico – para países como China, Malásia e Índia. O lixo já é o segundo item de exportação do país, ficando atrás dos produtos de pesca.
 

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